Nos planos de saúde coletivos, Amil lidera reajustes; Bradesco acelera alta

Entre as maiores operadoras de saúde do país, a Amil é a que mais vem reajustando os preços dos planos coletivos (adesão e empresariais), segundo análise do BTG Pactual com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Na outra ponta, os aumentos mais “tímidos” vêm da Hapvida. E, embora as operadoras estejam reduzindo o ritmo das altas, no geral, o Bradesco acelerou o reajuste, observa o BTG.

O reajuste anual médio praticado pelos planos coletivos entre setembro e novembro (dado mais recente da ANS) foi de 13,2%. No terceiro trimestre (julho a setembro), as operadoras haviam reajustado os planos que fizeram “aniversário” naquele período em 13,4%. No acumulado de 2024 até novembro, o reajuste anual médio aplicado foi de 13,8%, contra 14,5% no mesmo período de 2023.

Lucro?

Entre setembro e novembro, a Amil praticou um reajuste médio de 19,9%, o maior entre as operadoras pesquisadas pelo BTG. No entanto, houve uma desaceleração: no terceiro trimestre, a taxa estava em 21,2%.

“(Os reajustes) da Amil continuam chamando atenção na comparação com a média da indústria”, escreveram os analistas do BTG.

Como se sabe, a operadora trocou de mãos no fim de 2023, quando o empresário José Seripieri Filho — o Júnior, fundador da Qualicorp — comprou o negócio das mãos da americana UnitedHealth Group e assumiu um passivo estimado em R$ 9 bilhões. Desde então, o empresário vem focando na rentabilidade do negócio e prometendo apresentar algum lucro no balanço referente a 2024. Em 2023, a operadora registrou uma perda contábil de R$ 4 bilhões.

Contraste

Na Hapvida, o reajuste anual caiu de 12,3% para 11,7% nos períodos analisados; na SulAmérica, foi de 16,8% para 16,6%; na Unimed Nacional, a alta anual média foi de 16% entre setembro e novembro, contra 16,6% no terceiro trimestre.

“Até agora, os números da Hapvida têm sido consistentes com a mensagem da operadora de que os aumentos devem desacelerar durante o ano”, observou o relatório do banco. “Em contraste com a média do setor, os reajustes do Bradesco aceleraram.”

A Bradesco Saúde praticou um reajuste médio de 17,6% nos planos coletivos entre setembro e novembro, contra 13,9% no terceiro trimestre.

Fonte: O GLOBO