A Unimed Nacional fechou, pela primeira vez, um acordo para receber um aporte de R$ 1 bilhão de 300 cooperativas médicas regionais. O objetivo é reequilibrar as contas da matriz e evitar uma intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conforme noticiado pelo jornal Valor.
O montante será obtido por meio da contribuição de 10% das reservas técnicas das Unimeds locais, que usarão esse valor para saldar uma dívida acumulada de quase R$ 1 bilhão entre 2023 e os primeiros nove meses de 2024.
A medida reflete a lógica cooperativista do sistema: os médicos cooperados participam financeiramente das Unimeds regionais, que, por sua vez, têm vínculos com a matriz. Assim, enquanto os lucros são distribuídos entre os cooperados, os prejuízos exigem aportes.
Para viabilizar a operação, informou o Valor, foi necessário realizar uma eleição para a escolha de uma nova diretoria.
Dados da ANS revelam que, entre janeiro e setembro de 2024, 109 Unimeds de planos de saúde e odontológicos, somando 7 milhões de clientes, registraram prejuízo. Destas, 69 encerraram o período no vermelho.
Unimed Ferj fecha acordo com ANS
No Rio de Janeiro, a situação da Unimed Ferj é uma das mais críticas. A cooperativa acumula mais de R$ 2 bilhões em dívidas com hospitais e clínicas. Embora sua receita tenha alcançado R$ 2,9 bilhões em nove meses, as despesas para pagamento de estabelecimentos de saúde totalizaram R$ 1,9 bilhão.
Em dezembro, um acordo firmado com a ANS deu à Ferj um prazo de 14 meses para reequilibrar suas contas. O documento exige a “completa regularização da contabilidade” até 31 de março de 2026, com ênfase na baixa de adiantamentos feitos a prestadores e fornecedores. O descumprimento das condições poderá resultar em multa de R$ 1 milhão.
Fonte: O GLOBO