Planos coletivos empresariais puxam crescimento na Saúde Suplementar

• Crédito da foto: Ron Lach / Pexels

As adesões a planos médico-hospitalares seguem em ritmo de crescimento, especialmente nos últimos quatro anos. A Análise de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostra que, em agosto de 2024, o número de beneficiários atingiu 51,4 milhões de vínculos no país. Trata-se de um novo recorde histórico para o setor, puxado sobretudo pelo tipo coletivo empresarial, que soma a maior parte dos contratos (36,7 milhões).

O estudo mostra que esse tipo de contratação ofertada por empresas a seus colaboradores cresceu 3,4% apenas nos últimos 12 meses encerrados em agosto deste ano, resultando em um acréscimo de 1,2 milhão de vínculos. Via de regra, esses planos estão ligados à criação de empregos formais. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estoque de oportunidades passou de 45,5 milhões para 47,2 milhões no mesmo período, uma alta de 3,9% com 1,8 milhão de novos postos de trabalho.

Os setores de serviços, comércio e indústria são historicamente os que mais oferecem planos de saúde aos seus colaboradores. Eles apresentaram o maior saldo de empregos entre agosto do ano passado e o mesmo mês deste ano: 1 milhão, 340,7 mil e 280,5 mil, respectivamente, seguidos por construção (147,5 mil) e agropecuária (11,6 mil).

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o volume acumulado de empregos formais tem melhorado em vários setores, fato que justifica o aumento de adesões a planos médico-hospitalares. “Os planos coletivos empresariais, em especial, respondem por 71% dos beneficiários, ou seja, têm um peso muito grande, que influencia bastante no total geral de vínculos. Assim, enquanto a economia estiver reagindo com saldo positivo de empregos formais, a tendência será de crescimento para esse tipo de plano e do setor como um todo”, observou.

Número de homens com plano de saúde

As adesões de homens a planos médico-hospitalares apresentaram crescimento expressivo (9,7%) entre 2020 e 2024 (média dos três primeiros trimestres), passando de 22 milhões para 24,1 milhões, um recorde histórico. O número representa 47% do volume total de vínculos no país.

A nova marca demonstra a preocupação do público masculino com a saúde, já que supera o indicador anterior, de 2014, quando havia 23,6 milhões de beneficiários assistidos.

De modo geral, entre 2014 e 2020, o setor de saúde suplementar passou por um período desafiador, no qual apresentou redução de 6,2% no número total de contratos, refletindo os efeitos da crise econômica enfrentada pelo Brasil. Essa queda foi mais acentuada entre os homens (6,7%), em comparação com as mulheres (5,8%).

José Cechin destaca que o crescimento de adesões a planos de médico-hospitalares demonstra uma recuperação no setor de saúde suplementar após um longo período de retração. “Mesmo diante dos desafios enfrentados com a pandemia de covid-19, o cenário ficou mais favorável a partir de 2020, especialmente nos contratos dos homens, indicando que esse público está mais preocupado, dando mais atenção e cuidando melhor da saúde”, explica.

Distribuição de beneficiários por região

Segundo a análise, do total de beneficiários do sexo masculino (24,1 milhões), levando-se em conta a média dos três primeiros trimestres de 2024, a maior parte (59,8%) é composta por moradores da região Sudeste. São Paulo agrega o maior número de vínculos (8,5 milhões), seguido por Minas Gerais (2,8 milhões), Rio de Janeiro (2,5 milhões) e Espírito Santo (651 mil).

Fonte: Medicina S/A