A Hapvida, maior maior operadora de planos de saúde verticalizada do país, vai investir R$ 1 bilhão na capital paulista e região metropolitana nos próximos dois anos. Os recursos serão investidos na inauguração de mais quatro hospitais, um pronto-atendimento, seis clínicas, oito unidades de diagnóstico e 14 unidades de coleta laboratorial.
O anúncio foi feito na capital paulista pelo CEO da empresa, Jorge Pinheiro. A Hapvida tem quase 16 milhões de clientes e atua também em odontologia. Pinheiro afirmou:
“Metade dos nossos investimentos até 2026 serão feitos em São Paulo. Mas temos projetos em quatro regiões brasileiras e somos os únicos a atuar em todo o país.”
Atualmente, a companhia tem 85 hospitais próprios e deve inaugurar mais dez nos próximos anos, disse Pinheiro. No total, a companhia está investindo R$ 2 bilhões até 2026 para ampliar sua rede própria assistencial no país.
Desse total, R$ 630 milhões serão recursos próprios e o restante virá de outras fontes, como por exemplo, parceiros que vão atuar através de um modelo de contrato chamado de built to suit (BTS).
Com essa estratégia, a companhia encomenda o prédio para uma construtora e troca a necessidade de tirar do caixa R$ 600 milhões para colocar os hospitais de pé pela obrigação de pagar aluguel por décadas a fio.
No Rio, por exemplo, a Hapvida terá um hospital construído pela Riza Capital, da XP, com a qual a companhia assinou contrato para locação de longuíssimo prazo (20 anos, prorrogáveis por mais 20). A empresa também tem a opção de comprar o hospital ao final do contrato.
Unidades em São Paulo
De acordo com as informações da empresa, um dos novos hospitais será localizado na Vila Clementino, Zona Oeste de São Paulo, e será de grande complexidade. Haverá uma unidade materno-infantil, com 250 leitos e investimento de mais de R$ 400 milhões, no Ibirapuera.
Outra unidade para adultos estará localizada no Jardim Anália Franco, na Zona Leste. A quarta unidade será em Santo André, no ABC paulista, onde a empresa já tem quatro outras unidades.
No Rio de Janeiro, serão investidos R$ 340 milhões no período, com um hospital na capital de alta complexidade e três pronto-atendimentos. No Rio, a Hapvida tem quatro hospitais: Andaraí, Duque de Caxias, Jacarepaguá e Niterói.
A verticalização da empresa chega a 90% nas internações e 80% nas consultas nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Nas demais regiões do país, o nível de verticalização fica em torno de 50%. Com mais hospitais em São Paulo, esse nível de verticalização tende a subir.
Volatilidade da economia
Jorge Pinheiro afirmou que, apesar da volatilidade da economia, com juros subindo, dólar em alta, e desconfiança do quadro fiscal, a empresa tem perfil conservador e a empresa está estruturada para enfrentar esse tipo de cenário.
“Em tempos de dificuldade, todo mundo precisa rever suas despesas e seus custos. E o nosso tíquete é mais acessível. Por isso, digo que nosso modelo de negócio é cíclico e anticíclico, e em ambos os cenários conseguimos perpetuar o negócio.”
No terceiro trimestre de 2024, o tíquete médio da Hapvida foi de R$ 276, um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior. Esse aumento foi uma estratégia para manter a base da receita, compensando a queda no número de beneficiários e a menor receita com novos contratos.
Pinheiro prevê um ano de crescimento positivo em 2025, tanto por conta do ambiente macroeconômico, especialmente o mercado de trabalho aquecido, e também pela expansão do grupo. A Hapvida praticamente concluiu a integração de sistemas iniciada há dois anos, após a fusão com o Grupo NotreDame Intermédica.
Fonte: O GLOBO