Os clientes dos planos de saúde da Geap poderão usar toda a rede credenciada da Cassi, operadora dos funcionários do Banco do Brasil, a partir do dia 1º de dezembro. Os usuários da Cassi devem começar a fazer o mesmo, em relação os serviços credenciados à Geap, em fevereiro. O acordo de compartilhamento de rede está sendo costurado pelas duas operadoras, as maiores de autogestão do país, há seis meses: a Geap tem 338 mil beneficiários e a Cassi 580 mil. Juntas as duas empresas passarão a compartilhar uma rede de quase 40 mil prestadores, entre profissionais, hospitais, clínicas. O objetivo do acordo de reciprocidade é reduzir custo e aumentar a rede assistência da clientela em todo o país.
“Esse compartilhamento de rede tem objetivo econômico e de assistência. Com uma rede maior vamos ampliar à assistência nosso usuário por todo o Brasil. Pelo lado econômico, a nossa previsão é reduzir 2% do custo assistencial anual, atualmente em R$ 3,6 bilhões”, diz Douglas Figueredo, diretor-presidente da Geap.
Figueredo estima que, com o aumento da rede, consiga, por exemplo, reduzir em 70% os custos de atendimentos feitos fora de credenciados que variam atualmente entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões.
Os usuários passarão a ter a carteirinha dos dois planos para ter acesso a rede credenciada das duas operadoras. No entanto, isso não significa uma mudança de vinculação ou qualquer fusão, diz Figueredo.
Claudio Said, presidente da Cassi, destaca que no caso dos prestadores credenciados que já fazem parte da rede das duas empresas, está sendo estudada uma forma de induzir a clientela a usar a carteirinha do plano que tiver o melhor preço. Se um procedimento custar R$ 200 pela Geap e R$ 150 pela Cassi, que o usuário busque o serviço pela Cassi, diz Figueredo. O segundo passo dessa parceria, explica Said, é a negociação com os fornecedores:
“Estamos analisando formas de induzir o consumidor a usar o prestador pelo plano que tiver o menor custo, mas sabemos que pode ter uma resistência do fornecedor. O segundo momento é partir para a negociação com os prestadores.”
A Cassi já tem acordos de reciprocidade firmados com outras 26 operadoras de autogestão de pequeno porte, que se interessam pela capilaridade da rede da operadora de planos de saúde dos funcionários do Banco do Brasil que tem profissionais e serviços credenciados onde quer que tenha uma agência do banco, seja a pequena cidade de Piracuruca, no Piauí, ou Torixoréu, no Mato Grosso . Said afirma que o porte da Geap é o que faz dessa parceria diferente, já que a operadora também tem rede espalhada por todo o território nacional já que atende a servidores públicos. Juntas as operadoras se complementam e ganham musculatura para negociar ao somarem quase um milhão de clientes.
“Montagem de rede é um processo dificílimo num país em dimensões continentais como o Brasil. Na hora que se juntam duas empresas grandes e com rede com capilaridade forte, uma com certeza complementará a outra. O foco central é a extensão do atendimento ao usuário e a possibilidade de redução de despesas. (…) Os reajustes do planos da Cassi acompanham os aumentos dos funcionários, estão entre 3,5% e 4%, para uma inflação média de 18%. Em muitas autogestões acontece o mesmo, por isso é fundamental trabalhar para ganhar eficiência e é isso que se busca com as parcerias operacionais – Said não informa qual é o ganho esperado pela Cassi com a nova parceria, mas explica que a operadora recebe uma taxa de administração de todas as parcerias.”
Apesar de todas as complementariedades, Figueredo descarta que esse seja o primeiro passo para a fusão de Cassi e Geap: “A fusão não é a ideia em hipótese alguma. A Cassi foi criada para atender aos funcionários do Banco do Brasil, a Geap era voltada aos servidores federais e depois teve esse escopo ampliado para todos os servidores públicos. São formas de gestão muito diferente, mas temos muito o que aprender e colaborar uma com a outra.”
Fonte: O GLOBO