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Desde o começo de julho, mais de 200 mil clientes da Golden Cross estão sendo atendidos pela Amil. Além da transferência da carteira, a operadora também parou de comercializar seus planos de saúde por conta de “uma reestruturação para promover melhorias aos usuários na rede compartilhada”. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 20 planos seguem ativos para comercialização, sendo três de cobertura médico-hospitalar e 17 exclusivamente odontológicos, e o mercado estima uma dívida de R$ 200 milhões com hospitais e clínicas. Agora, corretores apontam problemas no atendimento e pagamento de comissões.
De acordo com Fábio Heinze, CEO da Heinze Seguros, o pagamento de suas comissões vitalícias estão atrasadas há 3 meses. Ele afirma que não há ninguém para falar sobre o assunto, e a Amil teria informado que essa responsabilidade ainda é da Golden Cross. “Não tem telefone para ligar. Pelo WhatsApp pede para abrir uma solicitação pelo site www.comissoes.corretorgoldencross.com.br”, destaca o executivo.
Rodrigo Lima, CEO da Limas Corretora de Seguros, reclama da falta de transparência e comunicação por parte da Golden Cross em relação à recente parceria com a Amil, que impactou diretamente os corretores e clientes. O executivo destaca que os corretores e clientes foram pegos de surpresa com a mudança, sem tempo para se prepararem, e que há problemas no recebimento das comissões, com dificuldades para anexar as notas fiscais. “Tenho acesso às matrículas dos meus clientes. Fiz um comparativo e constatei que vários médicos, hospitais e clínicas não fazem parte da rede credenciada da Amil”, pontua.
A Golden Cross afirmou que “eventuais pendências de pagamento de comissões estão sendo ajustadas”, mas destacou que “as regras contratuais pactuadas vinculam o comissionamento a metas de vendas e desempenho das carteiras”, e que esses pontos “estão sendo avaliados e considerados pela companhia”.
Em relação à Amil, a operadora esclareceu que essa parceria envolve apenas a rede de prestadores assistenciais, sem afetar o relacionamento com os corretores. “O acordo prevê que os 240 mil clientes da Golden Cross, residentes majoritariamente no Rio de Janeiro, sejam atendidos pela rede credenciada da Amil”, informou. Além disso, a empresa destacou que essa medida está em vigor desde 1º de julho e que não houve alteração no vínculo com esses clientes. “Desde então, os beneficiários têm sido atendidos com qualidade e eficiência em uma rede completa e com ampla cobertura geográfica”, finalizou.
A transferência do atendimento de uma rede para outra é permitida, conforme previsto pela Resolução Normativa nº 517/2022. O dispositivo dispõe sobre as operações de compartilhamento da gestão de riscos envolvendo operadoras de planos de assistência à saúde. Pela norma, as partes envolvidas podem colaborar mutuamente na gestão dos riscos ao assumirem a corresponsabilidade contínua pelo atendimento dos beneficiários de outras operadoras, ao formarem um fundo comum para minimizar os impactos financeiros de eventos de saúde e ao promoverem a oferta conjunta de planos de saúde.
Fonte: CQCS