dr.consulta e outras quatro empresas se reúnem em associação para ganhar eficiência e ampliar mercado

dr.consulta, Clínica Vittá, SIMCo Healthcare, Salute, Segmedic. Todas nasceram sob a classificação de clínicas populares com o objetivo de atender as classes C e D que não tinham acesso aos planos de saúde. Agora, estas empresas cresceram, se transformaram em plataformas de serviços de saúde primário e secundário, com rede própria e conquistaram também a classe B. Com dois milhões de usuários, sendo um milhão de assinantes de seus programas de cartões de descontos de serviços e produtos, as cinco empresas decidiram se unir para avançar no mercado e constituíram a Associação Nacional das Empresas de Benefícios Primário e Secundário (Anebaps).

Ao blog de Míriam Leitão n’O GLOBO, o CEO do dr.consulta Massanori Shibata Jr., falou sobre as intenções da nova associação na qual ele ocupa o posto de presidente. Segundo ele, o grupo busca obter ganhos de eficiência, com compras compartilhadas de insumos, contratações de serviços e criação de um padrão de atendimento, que no futuro permitirá o crossover de clientes entre as cinco empresas e pelos seus 76 serviços próprios de atendimento espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Ceará. O empresário afirma:

“Nosso mercado potencial são cem milhões de brasileiros que fazem gastos descoordenados na saúde privada e estão fora dos planos de saúde. Diferentemente de redes que fazem apenas a gestão de pagamentos a fornecedores, com cartões de descontos, temos rede própria, com informações que nos permitem ter mais eficiência no atendimento, evitar repetição de exames. Estamos trabalhando num manual de boas práticas para atendimento dos pacientes. No futuro, a ideia é oferecer produtos mais amplos, permitindo que nossos clientes usem a rede das empresas associadas.”

O tíquete médio das subscrições dessas empresas é de R$ 50. Em São Paulo, por exemplo, isso permite aos usuários dos serviços de saúde, em média, uma economia de 40% a 50% em relação aos preços da saúde privada tradicional, diz o presidente da Anebaps. Segundo Shibata Jr., além de consultas e análises clínicas, as empresas associadas oferecem exames complexos de imagem como tomografias, endoscopias, colonoscopias. O sucesso do formato despertou nos últimos anos o interesse das tradicionais operadoras da saúde suplementar que querem liberação para formatar produtos exclusivamente de consultas e exames para disputar espaço nesse mercado.

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a regulação e fiscalização do cartão de desconto na área da saúde. Sobre o tema, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que opôs embargos de declaração à decisão, os quais ainda estão pendentes de julgamento. Logo, por enquanto, não há nenhuma decisão da agência sobre a regulação do setor. Com mais de 20 anos de experiência na saúde suplementar, Shibata Jr., que já foi vice-presidente da NotreDame Intermédica, vê com cautela a perspectiva de regulação desse segmento:

“Ainda não fizemos essa discussão. Há uma grande pressão para a regulação do setor e a associação também vai atuar nesse debate. Mas ainda não sabemos qual é o caminho. A nossa preocupação é que a regulamentação não traga restrição de acesso, essa é a principal característica do nosso serviço, acesso de livre escolha pelo consumidor.”

Fonte: O GLOBO